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A colher no cocô – Reciclando nutrientes por meio de esterco animal


Nota do Editor:Este trecho é de “The Nature and Properties of Soils” editado pelo Dr. Ray Weil, com assistência de Rachel Gilker. O livro é A referência sobre o solo e esta nova versão, com fotos coloridas pela primeira vez, deve sair em 2015.  Ótimo momento, já que é o Ano Internacional do Solo.

Durante séculos, o uso de esterco agrícola tem sido sinônimo de agricultura estável e bem-sucedida. Nesse contexto, o esterco fornece matéria orgânica e nutrientes vegetais ao solo e está associado à produção de forrageiras conservadoras do solo, utilizadas na alimentação de animais. Cerca de metade da energia solar captada por plantas cultivadas para alimentação animal, em última análise, é incorporada no esterco animal, que, se devolvido ao solo, pode ser um importante fator de qualidade do solo.

Enormes quantidades de estrume agrícola são disponibilizadas todos os anos para a reciclagem de elementos essenciais à terra. Para cada quilo de peso vivo, os animais de fazenda produzem aproximadamente 2 a 4 kg (4 a 9 libras) de peso seco de estrume por ano. Nos Estados Unidos, a população de animais de fazenda elimina cerca de 350 milhões de Mg (3,85 milhões de toneladas) de sólidos de esterco por ano, cerca de 10 vezes mais do que a população humana. Parte do esterco é espalhado nas pastagens pelos animais que pastam, enquanto cerca de 20% é excretado de maneira que permite sua coleta para uso como corretivo do solo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estima que cerca de 5% das terras cultiváveis ​​dos Estados Unidos são tratadas com esterco de gado em qualquer ano.

Geralmente, cerca de 75% do N (nitrogênio), 80% do P (fósforo) e 90% do K (potássio) ingeridos pelos animais passam pelo sistema digestivo e aparecem no esterco. Por esta razão, os estrumes animais são fontes valiosas de macro e micronutrientes. O teor de nutrientes varia muito de um tipo de esterco animal para outro (por exemplo, esterco de aves comparado ao esterco de cavalo). Para um determinado tipo de animal, o conteúdo real de água e nutrientes de uma carga de esterco dependerá da qualidade nutricional da alimentação dos animais, de como o esterco foi manuseado e das condições em que foi armazenado. Portanto, é sensato obter regularmente análises laboratoriais do valor do esterco específico em questão, em vez de confiar em declarações gerais e informações de livros didáticos.

Tanto a urina (exceto para aves, que produzem ácido úrico sólido em vez de urina) quanto as fezes são componentes valiosos do esterco animal. Em média, um pouco mais de metade do N,  cerca de 90% do P,  e cerca de 40% do K é encontrado no estrume sólido. No entanto, este maior teor de nutrientes do estrume sólido é compensado pela disponibilidade mais imediata dos constituintes transportados pela urina. A conservação efetiva de nutrientes requer que o manuseio e armazenamento do esterco minimizem a perda da porção líquida.

Esta tabela mostra como o manuseio e o armazenamento influenciam as perdas de nutrientes antes da aplicação do esterco:



Adubos e a maioria das outras fontes de nutrientes orgânicos têm um teor de nutrientes relativamente baixo em comparação com fertilizantes comerciais. Com base no peso seco, os estercos animais contêm de 2 a 5% de N, 0,5 a 2% de P e 1 a 3% de K. Esses valores são de meio a um décimo dos típicos fertilizantes comerciais.

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