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Brasil espera que a produção de grãos cresça 27%, carne crescerá 24% nos próximos 10 anos

Em relação ao que o país produz nesta temporada 2020/2021, o aumento da produção até 2030/2031 deve ser de 71 milhões de toneladas, um aumento de 27,1%, a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. Soja, milho e algodão segunda safra devem continuar impulsionando o crescimento.

Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2020/21 a 2030/31, realizada pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e pelo Departamento de Estatística, Universidade de Brasília (UnB).

O mercado interno, exportações e ganhos de produtividade devem ser os principais fatores de crescimento na próxima década, de acordo com o estudo. O avanço das inovações deve continuar a permear as atividades no campo, pois há grande atração por novas tecnologias.

A produção de carne (bovina, suínos e aves) entre 2020/21 e 2030/31 deve aumentar em 6,6 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 24,1%. Frangos e suínos são os que devem apresentar maior crescimento nos próximos anos:carnes de frango (27,7%) e suínos (25,8%). A produção de carne bovina deve crescer 17% entre o ano-base e o final das projeções.

“Essas porcentagens podem estar em níveis mais altos, dado o aumento na demanda por proteína animal, ”Avisou José Garcia, coordenador geral de Avaliação de Políticas e Informações, no ministério, e um dos pesquisadores nas projeções.

Regiões em destaque

As regiões Centro-Oeste e Norte são as que devem apresentar os maiores aumentos relativos de produção e área. Entre os estados do norte, Tocantins e Rondônia devem liderar a expansão da produção.

Entre os grandes produtores, Mato Grosso continua liderando a expansão da produção de milho e soja no país. O aumento da produção de milho deve ocorrer principalmente em função da expansão do milho safrinha. Mas a soja deve apresentar forte expansão nos estados do Norte, como Tocantins, Rondônia e Pará. No Pará, a produção deve crescer 4,8% ao ano; em Rondônia, 4,3%; e Tocantins, 3,2%. A atração que a cultura apresenta e a abertura de novos meios de transporte com a saída para os portos do Norte contribuem para isso.

A região denominada Matopiba - formada por áreas principalmente de Cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - devem apresentar alta na produção de grãos. As projeções indicam que deve produzir cerca de 36 milhões de toneladas do grão na próxima década, em uma área plantada com grãos de 9,3 milhões de hectares ao final do período de projeção.

Área plantada

A área plantada de grãos deve passar dos atuais 68,7 milhões de hectares para 80,8 milhões de hectares em 2030/31, um aumento de 12,1 milhões de hectares ou 17,6% em termos relativos. A área plantada com todas as culturas analisadas, além de grãos, incluindo cana-de-açúcar, café, cacau e frutas, deve aumentar de 80,8 milhões de hectares em 2020/21 para 92,3 milhões em 2030/31.

Essa expansão está concentrada na soja, hectares de cana-de-açúcar e milho, que totalizam 13,4 milhões de hectares adicionais. Algumas colheitas, como mandioca, café, arroz, laranjas e feijões, deve perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade.

Produtos para exportação

O mercado interno, junto com as exportações e ganhos de produtividade, devem ser as principais fontes de crescimento na próxima década. Em 2030/31, 33,7% da produção de soja deve ser destinada ao mercado interno; no milho, 71,6%; e no café, 43% da produção deve ser consumida internamente.

“Haverá assim pressão sobre o aumento da produção nacional, devido ao crescimento do mercado interno e das exportações do país, ”Avaliou Gasques.

Na carne, haverá forte pressão do mercado internacional, especialmente para carne bovina e suína, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional de frango. Do aumento esperado na produção de carne de frango, 71,4% da produção de 2030/31 será destinada ao mercado interno; da carne produzida, 64%; e na carne de porco, 73,8%. Assim, embora o Brasil seja, em geral, um grande exportador desses produtos, o consumo interno continuará muito relevante.

O produto mais dinâmico do agronegócio brasileiro deve ser o algodão, soja e milho, carne de porco, carne de gado, frango e frutas, especialmente manga.

“O mercado interno e a demanda internacional serão os principais fatores de crescimento da maioria desses produtos, que têm o maior potencial de crescimento da produção nos próximos dez anos, "explica o coordenador da pesquisa.


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